O Modus operandi de Pedro Nuno Santos

O Modus operandi de Pedro Nuno Santos

Sónia Leal Martins 05/01/2024 12:03

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A prestação de Pedro Nuno Santos enquanto Ministro das Infraestruturas seria suficiente para que nunca mais voltasse à atividade política, a sua prestação é o reflexo da ausência de capacidade para o exercício do cargo. Mas não, não só não abandonou a política como é candidato a Primeiro-Ministro.

Pedro Nuno Santos é o nono Secretário-geral do Partido Socialista. Altamente esquerdista, impulsivo, irascível e sem capacidade de gerar consenso. O seu currículo é marcado por várias polémicas e contradições, aquele que durante algum tempo era apontado como o menino de ouro de António Costa, foi cometendo erros atrás de erros que culminaram na sua demissão enquanto Ministro das Infraestruturas.

A prestação de Pedro Nuno Santos enquanto Ministro das Infraestruturas seria suficiente para que nunca mais voltasse à atividade política, a sua prestação é o reflexo da ausência de capacidade para o exercício do cargo. Mas não, não só não abandonou a política como é candidato a Primeiro-Ministro. Basta recordarmos algum dos momentos da sua governação para compreendermos o que será a prestação de Pedro Nuno Santos como Primeiro-Ministro caso o Partido Socialista vença as eleições de 10 de março.

A primeira polémica surge em junho de 2022, quando Pedro Nuno Santos decide fazer um despacho sobre a localização do novo Aeroporto de Lisboa. Decidiu, porque tinha muita pressa em concretizar, tanta que se esqueceu de concertar a decisão com o Primeiro-Ministro, com Luís Montenegro, líder do principal partido da oposição, e de dar conhecimento ao Presidente da República. Tal não era a pressa para lançar a primeira pedra. Acontece que o despacho foi revogado por António Costa umas horas depois. António Costa considerou a situação grave, mas ainda assim era preferível ter o seu sucessor no governo, do que a fazer-lhe oposição.

Poucos meses depois, em dezembro de 2022, uma nova polémica, desta vez na TAP. A gestão catastrófica de Pedro Nuno Santos levou a que os portugueses enterrassem na TAP 3,2 mil milhões de euros, com a promessa de que esse valor seria devolvido aos portugueses até 2025, promessa que sabia desde logo que não iria ser cumprida.

É bom recordarmos as audições de Pedro Nunos Santos na Comissão de Inquérito à TAP, em junho de 2023, sobre a gestão da companhia. Foi nesta Comissão de Inquérito que ficaram a descoberto as imprecisões de Pedro Nuno Santos.

Na apresentação da sua demissão, disse que sabia da existência do acordo de rescisão de Alexandra Reis com a TAP, só não sabia o valor da indemnização. Acontece que um mês depois, após um esforço de memória, com certeza incalculável, o atual Secretário-Geral do PS, lembrou-se que não só sabia como deu a sua anuência para que fossem pagos 500 mil euros a Alexandra Reis.

Pedro Nuno Santos é um político moderno, recorre ao WhatsApp para dar as suas anuências políticas, esta por acaso até envolvia uma indemnização de 500 mil euros – coisa pouca.

Recordemos também que em dezembro de 2020, Pedro Nuno Santo, na altura Ministro das Infraestruturas e da Habitação, disse numa conferência de imprensa o seguinte: Em 2025, a TAP já estará em condições de devolver algum do dinheiro ao Estado português.

A este propósito a Administração da TAP vem dizer que não vai devolver os 3,2 mil milhões de euros que o Estado português emprestou à companhia, no âmbito do plano de reestruturação aprovado por Bruxelas em 2021. A Comissão Europeia a este respeito diz que cabe ao Governo decidir se o empréstimo foi concedido ao abrigo de uma injeção de capital ou um empréstimo que será convertido em capital.

Sobre isto Pedro Nuno Santos vem dizer que a TAP "está a pagar aos portugueses desde o Primeiro dia em que foi salva. Em passageiros, nas exportações, nas compras que faz, no apoio que dá ao turismo do país" – resumindo, Pedro Nuno Santos sempre soube que os 3,2 mil milhões de euros nunca seriam devolvidos aos portugueses.

Como se não bastasse soubemos agora que o anterior Governo, sem divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações aos CTT através de um despacho do ex-Ministro das finanças, João Leão. De acordo com o noticiado pelo Jornal Económico, “a compra de ações aconteceu após exigências do Bloco de Esquerda para que aprovassem o Orçamento do Estado de 2021” –Mariana Mortágua, atual coordenadora do BE, veio desmentir este facto, dando nota inclusive que não tinha conhecimento da compra das ações.

Quando se concretizou a compra das ações, Pedro Nuno Santos, era o Ministro que tutelava as telecomunicações. O antigo Ministro disse que obviamente que sabia e obviamente que concorda, no entanto, como é seu apanágio, sacudiu a água do capote, lançando a farpa ao Ministro das finanças, garantindo que a compra das ações teve a cargo desse ministério.

Em súmula: Pedro Nuno Santos é um político apressado, tão apressado que faz despachos por conta própria, tem uma memória incrível, um mês depois lá se conseguiu recordar da anuência que deu para o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros e tem um sentido de camaradagem invejável, sabia e concordou com a compra de ações, algo que ele até tutelava, mas não teve qualquer envolvimento.

É caso para dizer, que quem tem Pedro Nuno Santos, tem uma mão cheia de nada. Basta termos memória para recordar.

Pedro Nuno Santos é o nono Secretário-geral do Partido Socialista. Altamente esquerdista, impulsivo, irascível e sem capacidade de gerar consenso. O seu currículo é marcado por várias polémicas e contradições, aquele que durante algum tempo era apontado como o menino de ouro de António Costa, foi cometendo erros atrás de erros que culminaram na sua demissão enquanto Ministro das Infraestruturas.

A prestação de Pedro Nuno Santos enquanto Ministro das Infraestruturas seria suficiente para que nunca mais voltasse à atividade política, a sua prestação é o reflexo da ausência de capacidade para o exercício do cargo. Mas não, não só não abandonou a política como é candidato a Primeiro-Ministro. Basta recordarmos algum dos momentos da sua governação para compreendermos o que será a prestação de Pedro Nuno Santos como Primeiro-Ministro caso o Partido Socialista vença as eleições de 10 de março.

A primeira polémica surge em junho de 2022, quando Pedro Nuno Santos decide fazer um despacho sobre a localização do novo Aeroporto de Lisboa. Decidiu, porque tinha muita pressa em concretizar, tanta que se esqueceu de concertar a decisão com o Primeiro-Ministro, com Luís Montenegro, líder do principal partido da oposição, e de dar conhecimento ao Presidente da República. Tal não era a pressa para lançar a primeira pedra. Acontece que o despacho foi revogado por António Costa umas horas depois. António Costa considerou a situação grave, mas ainda assim era preferível ter o seu sucessor no governo, do que a fazer-lhe oposição.

Poucos meses depois, em dezembro de 2022, uma nova polémica, desta vez na TAP. A gestão catastrófica de Pedro Nuno Santos levou a que os portugueses enterrassem na TAP 3,2 mil milhões de euros, com a promessa de que esse valor seria devolvido aos portugueses até 2025, promessa que sabia desde logo que não iria ser cumprida.

É bom recordarmos as audições de Pedro Nunos Santos na Comissão de Inquérito à TAP, em junho de 2023, sobre a gestão da companhia. Foi nesta Comissão de Inquérito que ficaram a descoberto as imprecisões de Pedro Nuno Santos.

Na apresentação da sua demissão, disse que sabia da existência do acordo de rescisão de Alexandra Reis com a TAP, só não sabia o valor da indemnização. Acontece que um mês depois, após um esforço de memória, com certeza incalculável, o atual Secretário-Geral do PS, lembrou-se que não só sabia como deu a sua anuência para que fossem pagos 500 mil euros a Alexandra Reis.

Pedro Nuno Santos é um político moderno, recorre ao WhatsApp para dar as suas anuências políticas, esta por acaso até envolvia uma indemnização de 500 mil euros – coisa pouca.

Recordemos também que em dezembro de 2020, Pedro Nuno Santo, na altura Ministro das Infraestruturas e da Habitação, disse numa conferência de imprensa o seguinte: Em 2025, a TAP já estará em condições de devolver algum do dinheiro ao Estado português.

A este propósito a Administração da TAP vem dizer que não vai devolver os 3,2 mil milhões de euros que o Estado português emprestou à companhia, no âmbito do plano de reestruturação aprovado por Bruxelas em 2021. A Comissão Europeia a este respeito diz que cabe ao Governo decidir se o empréstimo foi concedido ao abrigo de uma injeção de capital ou um empréstimo que será convertido em capital.

Sobre isto Pedro Nuno Santos vem dizer que a TAP "está a pagar aos portugueses desde o Primeiro dia em que foi salva. Em passageiros, nas exportações, nas compras que faz, no apoio que dá ao turismo do país" – resumindo, Pedro Nuno Santos sempre soube que os 3,2 mil milhões de euros nunca seriam devolvidos aos portugueses.

Como se não bastasse soubemos agora que o anterior Governo, sem divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações aos CTT através de um despacho do ex-Ministro das finanças, João Leão. De acordo com o noticiado pelo Jornal Económico, “a compra de ações aconteceu após exigências do Bloco de Esquerda para que aprovassem o Orçamento do Estado de 2021” –Mariana Mortágua, atual coordenadora do BE, veio desmentir este facto, dando nota inclusive que não tinha conhecimento da compra das ações.

Quando se concretizou a compra das ações, Pedro Nuno Santos, era o Ministro que tutelava as telecomunicações. O antigo Ministro disse que obviamente que sabia e obviamente que concorda, no entanto, como é seu apanágio, sacudiu a água do capote, lançando a farpa ao Ministro das finanças, garantindo que a compra das ações teve a cargo desse ministério.

Em súmula: Pedro Nuno Santos é um político apressado, tão apressado que faz despachos por conta própria, tem uma memória incrível, um mês depois lá se conseguiu recordar da anuência que deu para o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros e tem um sentido de camaradagem invejável, sabia e concordou com a compra de ações, algo que ele até tutelava, mas não teve qualquer envolvimento.

É caso para dizer, que quem tem Pedro Nuno Santos, tem uma mão cheia de nada. Basta termos memória para recordar.

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Sónia Leal Martins 05/01/2024 12:03

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A prestação de Pedro Nuno Santos enquanto Ministro das Infraestruturas seria suficiente para que nunca mais voltasse à atividade política, a sua prestação é o reflexo da ausência de capacidade para o exercício do cargo. Mas não, não só não abandonou a política como é candidato a Primeiro-Ministro.

Pedro Nuno Santos é o nono Secretário-geral do Partido Socialista. Altamente esquerdista, impulsivo, irascível e sem capacidade de gerar consenso. O seu currículo é marcado por várias polémicas e contradições, aquele que durante algum tempo era apontado como o menino de ouro de António Costa, foi cometendo erros atrás de erros que culminaram na sua demissão enquanto Ministro das Infraestruturas.

A prestação de Pedro Nuno Santos enquanto Ministro das Infraestruturas seria suficiente para que nunca mais voltasse à atividade política, a sua prestação é o reflexo da ausência de capacidade para o exercício do cargo. Mas não, não só não abandonou a política como é candidato a Primeiro-Ministro. Basta recordarmos algum dos momentos da sua governação para compreendermos o que será a prestação de Pedro Nuno Santos como Primeiro-Ministro caso o Partido Socialista vença as eleições de 10 de março.

A primeira polémica surge em junho de 2022, quando Pedro Nuno Santos decide fazer um despacho sobre a localização do novo Aeroporto de Lisboa. Decidiu, porque tinha muita pressa em concretizar, tanta que se esqueceu de concertar a decisão com o Primeiro-Ministro, com Luís Montenegro, líder do principal partido da oposição, e de dar conhecimento ao Presidente da República. Tal não era a pressa para lançar a primeira pedra. Acontece que o despacho foi revogado por António Costa umas horas depois. António Costa considerou a situação grave, mas ainda assim era preferível ter o seu sucessor no governo, do que a fazer-lhe oposição.

Poucos meses depois, em dezembro de 2022, uma nova polémica, desta vez na TAP. A gestão catastrófica de Pedro Nuno Santos levou a que os portugueses enterrassem na TAP 3,2 mil milhões de euros, com a promessa de que esse valor seria devolvido aos portugueses até 2025, promessa que sabia desde logo que não iria ser cumprida.

É bom recordarmos as audições de Pedro Nunos Santos na Comissão de Inquérito à TAP, em junho de 2023, sobre a gestão da companhia. Foi nesta Comissão de Inquérito que ficaram a descoberto as imprecisões........

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