Para quando um Serviço de Saúde Português?

Para quando um Serviço de Saúde Português?

Sónia Leal Martins 12/01/2024 16:16

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Para quem está doente pouco importa se é tratado num hospital público, privado ou do setor social, o que importa é que seja tratado em tempo, com qualidade e dignidade.

O direito à saúde é um dos direitos fundamentais dos portugueses, consagrado no artigo 64 da Constituição da República Portuguesa. Em Portugal, o SNS (Sistema Nacional de Saúde) é o órgão público responsável pela saúde dos portugueses.

O SNS é gerido pelo Ministério da Saúde, que tem como missão definir e conduzir a política nacional de saúde, garantindo uma aplicação e utilização dos recursos e a avaliação dos seus resultados.

Nos últimos tempos temos vindo a assistir a uma degradação preocupante do SNS. O SNS já não é o mesmo. O SNS já não é para todos.

Hoje quando estamos doentes, temos uma preocupação acrescida: procurar saber onde nos podemos dirigir, porque corremos o sério risco de encontrar urgências fechadas um pouco por todo o país.

A verdade é aqueles que ainda conseguem suportar este custo, têm recorrido em maior percentagem aos seguros de saúde, são quase 3 milhões os portugueses que já têm um seguro de saúde, sendo que este representa um custo anual para o cidadão, em média, de 300€ anuais.

Ora, se um cidadão não tem acesso aos serviços de saúde no SNS e é quase obrigado a fazer um seguro de saúde para poder ter serviços de saúde, é evidente que vai recorrer ao setor privado. Creio que o Partido Socialista e os seus aliados de geringonça, ainda não perceberam que tem de haver uma democratização da saúde, a questão que importa não se centra no setor que trata o doente, mas sim na pessoa.

Não podemos esquecer que de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2021, o número de hospitais privados em Portugal aumentou para 114 – os privados são 50,7% do número de hospitais do país. Obviamente que têm de fazer parte da solução ao invés de serem considerados o bicho papão que vem colocar em causa o SNS.

Do que nos serve dizer que temos um Sistema Nacional de Saúde, que é público, mas não funciona, não dá resposta, nem sequer é capaz de prevenir. Serve-nos melhor, a todos, se tivermos um Sistema de Saúde Português. Este Sistema de Saúde Português tem de dar resposta, tem de ser capaz de prevenir a doença e tem de ser sustentável. Para quem está doente pouco importa se é tratado num hospital público, privado ou do setor social, o que importa é que seja tratado em tempo, com qualidade e dignidade.

No último mês temos vindo a assistir a alguns factos e temos tido notícia de números que nos devem fazer equacionar aquilo que de facto queremos para a saúde em Portugal, um dos problemas mais preocupantes que temos atualmente no País.

Ora vejamos, segundo a Entidade Reguladora da Saúde, em dezembro de 2023, havia 1.724.859 utentes sem médicos de família, 19% dos doentes com cancro foram atendidos com tempos de espera superiores ao estabelecido na legislação e 32% dos doentes cardíacos foram atendidos com tempos de espera superiores aos estabelecidos por lei.

Os serviços de urgência funcionam com fortes constrangimentos, uns que encerram mesmo e outros que embora abertos não conseguem dar resposta. No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, os doentes chegaram a estar 14 horas à espera, sendo que os doentes urgentes chegaram a estar 6 horas à espera, no Hospital Amadora-Sintra, os doentes urgentes chegaram a estar 8 horas à espera. Há relatos de doentes que morreram nas urgências à espera de cuidados médicos.

É um facto inegável que não há capacidade de resposta para os utentes que se dirigem ao SNS. Apontamos muitas vezes culpa aos próprios utentes, que sem estarem em situação de urgência vão para as urgências hospitalares. Mas qual é a alternativa?

Há em Portugal 22,4% da população portuguesa em risco de pobreza ou exclusão social, segundo os dados da Rede Europeia Anti-Pobreza, estas pessoas não têm capacidade económica para custear um seguro de saúde, nem para recorrerem ao serviço privado – resta-lhes o SNS que também não tem médicos de família para atribuir, tem urgências fechadas ou se abertas podem ter, dependendo dos casos, 18 horas de espera.

Referir que, com todos estes constrangimentos, por via da falta de médicos, acresce ainda, em alguns casos, problemas de infraestrutura nos hospitais e escassez de material, no entanto, ainda é possível dar alguma resposta porque há muito sacrifício profissional e muitas vezes pessoal dos profissionais de saúde, de todos, de médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos de diagnóstico, todos sem exceção.

Parece evidente que temos de deixar as politiquices de lado e tomar atitudes sérias e consistentes sobre esta matéria tão importante. Os políticos são eleitos para servir os cidadãos e por isso, é seu dever dar uma resposta e a resposta não pode demorar mais 8 anos, porque se isso acontecer, então, nessa altura já nada restará deste serviço público determinante para todos nós.

O direito à saúde é um dos direitos fundamentais dos portugueses, consagrado no artigo 64 da Constituição da República Portuguesa. Em Portugal, o SNS (Sistema Nacional de Saúde) é o órgão público responsável pela saúde dos portugueses.

O SNS é gerido pelo Ministério da Saúde, que tem como missão definir e conduzir a política nacional de saúde, garantindo uma aplicação e utilização dos recursos e a avaliação dos seus resultados.

Nos últimos tempos temos vindo a assistir a uma degradação preocupante do SNS. O SNS já não é o mesmo. O SNS já não é para todos.

Hoje quando estamos doentes, temos uma preocupação acrescida: procurar saber onde nos podemos dirigir, porque corremos o sério risco de encontrar urgências fechadas um pouco por todo o país.

A verdade é aqueles que ainda conseguem suportar este custo, têm recorrido em maior percentagem aos seguros de saúde, são quase 3 milhões os portugueses que já têm um seguro de saúde, sendo que este representa um custo anual para o cidadão, em média, de 300€ anuais.

Ora, se um cidadão não tem acesso aos serviços de saúde no SNS e é quase obrigado a fazer um seguro de saúde para poder ter serviços de saúde, é evidente que vai recorrer ao setor privado. Creio que o Partido Socialista e os seus aliados de geringonça, ainda não perceberam que tem de haver uma democratização da saúde, a questão que importa não se centra no setor que trata o doente, mas sim na pessoa.

Não podemos esquecer que de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2021, o número de hospitais privados em Portugal aumentou para 114 – os privados são 50,7% do número de hospitais do país. Obviamente que têm de fazer parte da solução ao invés de serem considerados o bicho papão que vem colocar em causa o SNS.

Do que nos serve dizer que temos um Sistema Nacional de Saúde, que é público, mas não funciona, não dá resposta, nem sequer é capaz de prevenir. Serve-nos melhor, a todos, se tivermos um Sistema de Saúde Português. Este Sistema de Saúde Português tem de dar resposta, tem de ser capaz de prevenir a doença e tem de ser sustentável. Para quem está doente pouco importa se é tratado num hospital público, privado ou do setor social, o que importa é que seja tratado em tempo, com qualidade e dignidade.

No último mês temos vindo a assistir a alguns factos e temos tido notícia de números que nos devem fazer equacionar aquilo que de facto queremos para a saúde em Portugal, um dos problemas mais preocupantes que temos atualmente no País.

Ora vejamos, segundo a Entidade Reguladora da Saúde, em dezembro de 2023, havia 1.724.859 utentes sem médicos de família, 19% dos doentes com cancro foram atendidos com tempos de espera superiores ao estabelecido na legislação e 32% dos doentes cardíacos foram atendidos com tempos de espera superiores aos estabelecidos por lei.

Os serviços de urgência funcionam com fortes constrangimentos, uns que encerram mesmo e outros que embora abertos não conseguem dar resposta. No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, os doentes chegaram a estar 14 horas à espera, sendo que os doentes urgentes chegaram a estar 6 horas à espera, no Hospital Amadora-Sintra, os doentes urgentes chegaram a estar 8 horas à espera. Há relatos de doentes que morreram nas urgências à espera de cuidados médicos.

É um facto inegável que não há capacidade de resposta para os utentes que se dirigem ao SNS. Apontamos muitas vezes culpa aos próprios utentes, que sem estarem em situação de urgência vão para as urgências hospitalares. Mas qual é a alternativa?

Há em Portugal 22,4% da população portuguesa em risco de pobreza ou exclusão social, segundo os dados da Rede Europeia Anti-Pobreza, estas pessoas não têm capacidade económica para custear um seguro de saúde, nem para recorrerem ao serviço privado – resta-lhes o SNS que também não tem médicos de família para atribuir, tem urgências fechadas ou se abertas podem ter, dependendo dos casos, 18 horas de espera.

Referir que, com todos estes constrangimentos, por via da falta de médicos, acresce ainda, em alguns casos, problemas de infraestrutura nos hospitais e escassez de material, no entanto, ainda é possível dar alguma resposta porque há muito sacrifício profissional e muitas vezes pessoal dos profissionais de saúde, de todos, de médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos de diagnóstico, todos sem exceção.

Parece evidente que temos de deixar as politiquices de lado e tomar atitudes sérias e consistentes sobre esta matéria tão importante. Os políticos são eleitos para servir os cidadãos e por isso, é seu dever dar uma resposta e a resposta não pode demorar mais 8 anos, porque se isso acontecer, então, nessa altura já nada restará deste serviço público determinante para todos nós.

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Sónia Leal Martins 12/01/2024 16:16

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Para quem está doente pouco importa se é tratado num hospital público, privado ou do setor social, o que importa é que seja tratado em tempo, com qualidade e dignidade.

O direito à saúde é um dos direitos fundamentais dos portugueses, consagrado no artigo 64 da Constituição da República Portuguesa. Em Portugal, o SNS (Sistema Nacional de Saúde) é o órgão público responsável pela saúde dos portugueses.

O SNS é gerido pelo Ministério da Saúde, que tem como missão definir e conduzir a política nacional de saúde, garantindo uma aplicação e utilização dos recursos e a avaliação dos seus resultados.

Nos últimos tempos temos vindo a assistir a uma degradação preocupante do SNS. O SNS já não é o mesmo. O SNS já não é para todos.

Hoje quando estamos doentes, temos uma preocupação acrescida: procurar saber onde nos podemos dirigir, porque corremos o sério risco de encontrar urgências fechadas um pouco por todo o país.

A verdade é aqueles que ainda conseguem suportar este custo, têm recorrido em maior percentagem aos seguros de saúde, são quase 3 milhões os portugueses que já têm um seguro de saúde, sendo que este representa um custo anual para o cidadão, em média, de 300€ anuais.

Ora, se um cidadão não tem acesso aos serviços de saúde no SNS e é quase obrigado a fazer um seguro de saúde para poder ter serviços de saúde, é evidente que vai recorrer ao setor privado. Creio que o Partido Socialista e os seus aliados de geringonça, ainda não perceberam que tem de haver uma democratização da saúde, a questão que importa não se centra no setor que trata o doente, mas sim na pessoa.

Não podemos esquecer que de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2021, o número de hospitais privados em Portugal aumentou para 114 – os privados são 50,7% do número de hospitais do país. Obviamente que têm de fazer parte da solução ao invés de serem considerados o bicho papão que vem colocar em causa o SNS.

Do que nos serve dizer que temos um Sistema Nacional de Saúde, que é público, mas não funciona, não dá resposta, nem sequer é capaz de prevenir. Serve-nos melhor, a todos, se tivermos um Sistema de Saúde Português. Este........

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