Um País mais rico, mais justo e mais solidário

Um País mais rico, mais justo e mais solidário

Sónia Leal Martins 12/04/2024 12:09

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Este Programa de Governo tem de procurar superar aquilo a que se propõe em matéria de igualdade – principalmente no longo caminho que há a percorrer junto de pessoas com deficiência.

O Programa de Governo que será hoje votado na Assembleia da República tem como mote “Um País mais rico, mais justo e mais solidário”. Não há dúvida de que precisamos mesmo de ser mais ricos, mais justos e mais solidários, só esta conjugação poderá trazer alguma esperança aos portugueses, a todos, todos, todos.

O Programa de Governo apresentado, liderado, principalmente pelo PPD-PSD tem uma componente social que há muito não se via num Programa de Governo do PPD-PSD – verdade seja dita, não nos podemos esquecer do contexto em que governou – quase sempre em situações financeiras extremamente exigentes – a última vez que foi governo teve a difícil tarefa de recuperar o país que estava a ser intervencionado pela Troika – depois do PS ter destruído o País pela mão do Engenheiro José Sócrates.

A par disto, importa referir que este Programa de Governo tem de procurar superar aquilo a que se propõe em matéria de igualdade – principalmente no longo caminho que há a percorrer junto de pessoas com deficiência.

Desafio este Governo, na pessoa da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a acompanhar um dia, um dia apenas, da rotina de uma família cujo agregado inclua pessoas com deficiência – são tantas as dificuldades e a ausência de apoio que só com a resiliência caraterística que se reconhece a estas pessoas e às suas famílias é possível viver ou sobreviver em Portugal.

Há histórias que nos parecem impossíveis. Mas são reais, acontecem hoje no nosso País. Há pais que deixam de ir trabalhar para transportar o seu filho com deficiência à escola, porque não há resposta – acontece hoje. É real.

Muitas das medidas na área da deficiência que estão no Programa de Governo já tinham sido apresentadas no Programa eleitoral da Aliança Democrática. Como disse o Primeiro-Ministro ontem, na Assembleia da República, citando Saramago, “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo” – não há tempo a perder, porque por cada dia perdido há mais uma criança sem acesso, por exemplo, à Intervenção Precoce na Infância.

Está estudado e demonstrado cientificamente que as crianças com deficiência ou necessidades educativas especiais que tenham acesso a terapias precocemente, têm uma enorme probabilidade de serem jovens e adultos integrados e que podem contribuir em muito para o desenvolvimento do país e serem uma mais-valia em diversos setores.

Uma das medidas que consta no Programa de Governo em matéria de Intervenção Precoce, incide precisamente sobre as alterações necessárias e urgentes, muito urgentes, nas Equipas Locais de Intervenção – não há tempo a perder.

É preciso ir mais longe. É preciso criar equipas específicas, por exemplo, para acompanhar crianças diagnosticadas com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) na Intervenção Precoce. Há empresas, em Portugal, que procuram trabalhadores neurodiversos – procuram talento no espetro do autismo – é exemplo disso a Critical Software – e que exemplo – é preciso olhar para estas empresas e aprender com elas, fazem e fazem muito bem.

A Federação Portuguesa de Autismo diz-nos que nos últimos 30 anos se tem verificado um aumento do número de casos de autismo diagnosticados, sendo que, em Portugal o último estudo realizado remonta a 2005 (com dados recolhidos em 2000) – o que demonstra bem a forma como o Estado prioriza estas questões. Está para breve um novo estudo, que aponta, segundo se conhece, que poderá haver mais de 60 mil pessoas diagnosticadas com PEA em Portugal.

O caminho é longo e desafiante até se chegar ao mercado de trabalho, é um caminho longo e esse caminho tem de ser preparado desde cedo, é na infância que tem de começar a ser feito este percurso e por isso, não há pressa, mas também não há tempo.

O Programa de Governo que será hoje votado na Assembleia da República tem como mote “Um País mais rico, mais justo e mais solidário”. Não há dúvida de que precisamos mesmo de ser mais ricos, mais justos e mais solidários, só esta conjugação poderá trazer alguma esperança aos portugueses, a todos, todos, todos.

O Programa de Governo apresentado, liderado, principalmente pelo PPD-PSD tem uma componente social que há muito não se via num Programa de Governo do PPD-PSD – verdade seja dita, não nos podemos esquecer do contexto em que governou – quase sempre em situações financeiras extremamente exigentes – a última vez que foi governo teve a difícil tarefa de recuperar o país que estava a ser intervencionado pela Troika – depois do PS ter destruído o País pela mão do Engenheiro José Sócrates.

A par disto, importa referir que este Programa de Governo tem de procurar superar aquilo a que se propõe em matéria de igualdade – principalmente no longo caminho que há a percorrer junto de pessoas com deficiência.

Desafio este Governo, na pessoa da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a acompanhar um dia, um dia apenas, da rotina de uma família cujo agregado inclua pessoas com deficiência – são tantas as dificuldades e a ausência de apoio que só com a resiliência caraterística que se reconhece a estas pessoas e às suas famílias é possível viver ou sobreviver em Portugal.

Há histórias que nos parecem impossíveis. Mas são reais, acontecem hoje no nosso País. Há pais que deixam de ir trabalhar para transportar o seu filho com deficiência à escola, porque não há resposta – acontece hoje. É real.

Muitas das medidas na área da deficiência que estão no Programa de Governo já tinham sido apresentadas no Programa eleitoral da Aliança Democrática. Como disse o Primeiro-Ministro ontem, na Assembleia da República, citando Saramago, “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo” – não há tempo a perder, porque por cada dia perdido há mais uma criança sem acesso, por exemplo, à Intervenção Precoce na Infância.

Está estudado e demonstrado cientificamente que as crianças com deficiência ou necessidades educativas especiais que tenham acesso a terapias precocemente, têm uma enorme probabilidade de serem jovens e adultos integrados e que podem contribuir em muito para o desenvolvimento do país e serem uma mais-valia em diversos setores.

Uma das medidas que consta no Programa de Governo em matéria de Intervenção Precoce, incide precisamente sobre as alterações necessárias e urgentes, muito urgentes, nas Equipas Locais de Intervenção – não há tempo a perder.

É preciso ir mais longe. É preciso criar equipas específicas, por exemplo, para acompanhar crianças diagnosticadas com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) na Intervenção Precoce. Há empresas, em Portugal, que procuram trabalhadores neurodiversos – procuram talento no espetro do autismo – é exemplo disso a Critical Software – e que exemplo – é preciso olhar para estas empresas e aprender com elas, fazem e fazem muito bem.

A Federação Portuguesa de Autismo diz-nos que nos últimos 30 anos se tem verificado um aumento do número de casos de autismo diagnosticados, sendo que, em Portugal o último estudo realizado remonta a 2005 (com dados recolhidos em 2000) – o que demonstra bem a forma como o Estado prioriza estas questões. Está para breve um novo estudo, que aponta, segundo se conhece, que poderá haver mais de 60 mil pessoas diagnosticadas com PEA em Portugal.

O caminho é longo e desafiante até se chegar ao mercado de trabalho, é um caminho longo e esse caminho tem de ser preparado desde cedo, é na infância que tem de começar a ser feito este percurso e por isso, não há pressa, mas também não há tempo.

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12.04.2024

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Sónia Leal Martins 12/04/2024 12:09

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Este Programa de Governo tem de procurar superar aquilo a que se propõe em matéria de igualdade – principalmente no longo caminho que há a percorrer junto de pessoas com deficiência.

O Programa de Governo que será hoje votado na Assembleia da República tem como mote “Um País mais rico, mais justo e mais solidário”. Não há dúvida de que precisamos mesmo de ser mais ricos, mais justos e mais solidários, só esta conjugação poderá trazer alguma esperança aos portugueses, a todos, todos, todos.

O Programa de Governo apresentado, liderado, principalmente pelo PPD-PSD tem uma componente social que há muito não se via num Programa de Governo do PPD-PSD – verdade seja dita, não nos podemos esquecer do contexto em que governou – quase sempre em situações financeiras extremamente exigentes – a última vez que foi governo teve a difícil tarefa de recuperar o país que estava a ser intervencionado pela Troika – depois do PS ter destruído o País pela mão do Engenheiro José Sócrates.

A par disto, importa referir que este Programa de Governo tem de procurar superar aquilo a que se propõe em matéria de igualdade – principalmente no longo caminho que há a percorrer junto de pessoas com deficiência.

Desafio este Governo, na pessoa da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a acompanhar um dia, um dia apenas, da rotina de uma família cujo agregado inclua pessoas com deficiência – são tantas as dificuldades e a ausência de apoio que só com a resiliência caraterística que se reconhece a estas pessoas e às suas famílias é possível viver ou sobreviver em Portugal.

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