A desinformação é identificada como o maior risco nos próximos dois anos – e aquele que mais subiu no ranking – no Global Risks Report 2024 do World Economic Forum, cujo encontro se iniciou esta semana em Davos. Num ano em que três mil milhões de pessoas vão votar no mundo – grupo onde também estamos, tal como a Índia, mas em que assumem especial relevo os EUA -, “ a desinformação pode perturbar de forma radical os processos eleitorais”, lê-se no relatório.
A perspetiva é que “uma crescente desconfiança na informação, nomeadamente nos media e nos governos, agravará a polarização de pontos de vista, num círculo vicioso que pode desencadear agitação social e possíveis confrontos”. E os governos enfrentam o conflito entre a regulamentação e a liberdade de expressão, com problemas a levantarem-se quer quando escolhem dar mais peso a uma ou a outra opção. “Existe um risco de repressão e erosão dos direitos, à medida que as autoridades tentam controlar e reprimir a proliferação de informações falsas”, lê-se no relatório, existindo igualmente riscos associados à inação.
Em causa está a facilidade e eficácia com que, através de Inteligência Artificial, se constrói informação falsa que parece verdadeira, desde a clonagem da voz aos conteúdos “sintéticos”, passando pela falsificação de sites. Esta proliferação de falsa informação alavanca, obviamente, os riscos de polarização das sociedades e a agitação social.
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