O Chega não existe para governar, o Chega existe para contestar, para perturbar” – declarou António Costa a meio caminho da sala onde decorria a Comissão Nacional do Partido Socialista. Sim, o primeiro-ministro demissionário, com o seu partido a entrar numa disputa pela liderança em que precisamente os dois candidatos divergem na política de entendimentos, não achou nada mais importante que comentar um possível acordo entre o PSD e o Chega, com vista à criação duma maioria parlamentar.

O que pensará, por exemplo, António Costa sobre o anúncio de José Luís Carneiro de que viabilizaria um governo do PSD para desse modo impedir um acordo do PSD com o Chega? Não sabemos pois não só não o disse como também não lhe foram feitas perguntas sobre esse assunto. E sobre a repetição da geringonça defendida por Pedro Nuno Santos? Também nada. Já sobre a possibilidade de um entendimento PSD mais Chega sabemos detalhadamente o que pensa António Costa: seria uma maioria apenas aritmética mas incapaz de assegurar estabilidade.

O Chega foi o treze no Totobola do PS. Porque como se vê neste caso concentra em si as atenções: António Costa não é confrontado com as opções do PS, enquanto explana de cátedra sobre o Chega e, não menos importante, sobre a possibilidade de outros governarem contando com o Chega.

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O Chega existe, logo conta

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19.11.2023

O Chega não existe para governar, o Chega existe para contestar, para perturbar” – declarou António Costa a meio caminho da sala onde decorria a Comissão Nacional do Partido Socialista. Sim, o primeiro-ministro demissionário, com o seu partido a entrar numa disputa pela liderança em que precisamente os dois candidatos divergem na política de entendimentos, não achou nada mais importante que........

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