Alexei Navalny, o maior opositor russo de Putin, morreu no dia 16 de Fevereiro, numa prisão na Sibéria. Segundo informou o serviço prisional, “sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência quase imediatamente”. Não posso dizer que tenha ficado surpreendido. Navalny praticava o desporto mais radical para um dissidente russo: estava vivo.

Fiquei surpreendido, isso sim, com o comunicado do PCP. Não pelo que diz, mas pelo facto de ter sido tornado público. Significa que os comunistas reconhecem que existem mesmo colónias penais na Sibéria onde são encarcerados os opositores do regime russo. Para quem, como eu, cresceu nos anos 80, isto é uma novidade. Nessa altura, se falássemos com alguém do PCP, a Sibéria era uma apenas uma região da Ásia no mapa do jogo Risco. Juntamente com outros clássicos como Kamachatka e Yakutsk.

Mas o PCP não só reconhece, como aguarda o “cabal esclarecimento das circunstâncias em que ocorreu, com o correspondente apuramento de responsabilidades”. Fazem bem. Só porque, no dia anterior, Navalny estava em perfeito estado de saúde e morreu ao cuidado do regime autocrático que já o tinha envenenado, não nos devemos precipitar a tirar conclusões.

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O Navalny vale pouco

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20.02.2024

Alexei Navalny, o maior opositor russo de Putin, morreu no dia 16 de Fevereiro, numa prisão na Sibéria. Segundo informou o serviço prisional, “sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência quase imediatamente”. Não posso dizer que tenha ficado surpreendido. Navalny praticava o desporto mais radical para um dissidente russo: estava vivo.

Fiquei surpreendido, isso sim,........

© Observador


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