A propósito de desaparecimentos, desapareceu Alexei Navalny. Desapareceu, é como quem diz. Desapareceram-no, não é? A versão oficial das autoridades russas é que o mais sonoro opositor de Putin “sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência quase imediatamente.” Que raio, quem terá convencido Navalny que caminhadas em prisões na Sibéria, com catorze graus negativos e meia dúzia de shots de Novichok no bucho faziam bem a alguém? Para mais nesta altura do ano. O homem não sabia estar em casa, no quentinho, a beber shots mas de vodka para promover esse mesmo aquecimento?
Talvez tenha sido esta total displicência de Navalny que levou Lula da Silva a não apenas escusar-se a lamentar a morte do destacado opositor de Putin, como até a recorrer ao putiníssimo argumento: “Então, o cidadão morreu na prisão. Eu não sei se ele estava doente, não sei se ele tem algum problema.” Ora, nem mais. Comprova-se assim que já toda a gente conhecia a queda do Navalny pelo Novichok. Que é um perigo, porque deixa uma pessoa mesmo agarrada. Eu o Novichok não conheço, mas lembro-me bem como, nos anos 80, uma pessoa ficava agarrada à banda de música infanto-juvenil, Onda Choc. E já era complicado largar, os Onda Choc. Quanto mais o Novichok.
Pelo menos tão tinhoso qual Novichok está a revelar-se o Presidente do Brasil. Como se não bastasse este piscar de olho a Putin, nos últimos dias Lula aproveitou o balanço e abriu as pernas ao nazismo. O convidado de honra da nossa Assembleia da República no último 25 de Abril comparou a actuação do estado de Israel em Gaza ao holocausto nazi. As limitações do muito diminuto líder brasileiro ao nível da língua portuguesa eram já por demais evidentes. O que agora fica patente são as limitações também ao nível da matemática. Fica claro que, para Lula, acções militares com vista à eliminação de um grupo terrorista = à mais bárbara limpeza étnica de que há memória. Ligeiramente mais grave do que garantir que 7 = 329.
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