O facto de as televisões terem ficado excitadíssimas por um militante do Chega ter proferido a palavra “fascista” na convenção do último fim-de-semana é apenas a enésima variação daquilo que há muito se sabe: quando o tema é o Chega, certos jornalistas e comentadores padecem da síndroma de Pavlov, e é demasiado fácil pô-los a salivar. Fossem eles menos pavlovianos —​ felizmente, há excepções, como a excelente análise que Bárbara Reis publicou neste jornal, “Preparem-se: o Chega já não é só gritos e jantares” — e perceberiam que a novidade da convenção não foi o avistamento de um fascista, mas a total ausência das bandeiras que Ventura agitou durante anos e anos para se pôr em bicos de pés. Da sua boca não se ouviu uma palavra sobre ciganos, castração química de pedófilos ou prisão perpétua.

QOSHE - Para onde foram os ciganos e pedófilos no discurso do Chega? - João Miguel Tavares
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

Para onde foram os ciganos e pedófilos no discurso do Chega?

12 1
16.01.2024

O facto de as televisões terem ficado excitadíssimas por um militante do Chega ter proferido a palavra “fascista” na convenção do último fim-de-semana é apenas a enésima variação daquilo que........

© PÚBLICO

Get it on Google Play