Com a marcação das eleições para o Parlamento Europeu, a ocorrerem no próximo dia nove de Junho, os partidos já se perfilam para arrancar com as suas máquinas eleitorais bem oleadas, para esta maratona eleitoral. Os nomes dos candidatos aos chorudos lugares no Parlamento Europeu, já foram escolhidos pelos seus aparelhos partidários. Embora estas eleições, normalmente, sejam consideradas um momento propício para os eleitores mostrarem o seu descontentamento, com um governo da AD tão fresco, tudo leva a crer que as novidades não serão de muita monta.
Recorde-se que muitos cidadãos, em eleições anteriores, têm mostrado um reduzido entusiasmo por este ato eleitoral. Agora, com a possibilidade do voto em mobilidade, uma boa medida de combate à abstenção, espera-se que a mobilização seja mais elevada.
R. Metsola, Presidente do Parlamento Europeu, numa visita recente ao nosso país, reconhecendo um certo desconforto de muitos cidadãos pela UE, é de opinião “que há frustrações, mas a Europa pode ser melhor”.
Na verdade, o primitivo entusiasmo da adesão do nosso país à UE em 12.06.1985, foi-se desvanecendo com o tempo. Hoje, até parece que ela quase não existe aos olhos de muitos cidadãos descontentes, uma vez que, dela quase só se fala quando há eleições ou chegam os volumosos milhões de euros, como é o caso do PRR. A percepção de um certo esbanjamento de euros que têm sido aplicados no nosso país, muitas vezes com duvidosos resultados, tem deixado muitos cidadãos de pé atrás, face aos concretos resultados. Serão quase sempre os mesmos a colher os benefícios? Interrogam-se alguns.
Se esta constatação está correcta, também é certo que a UE tem contribuído para solucionar graves e prementes problemas, ocorridos no vasto espaço europeu. Nos últimos anos, ela valeu para resolver a mortífera pandemia da Covid que nos atingiu, através das eficazes vacinas, fornecidas atempadamente. Sem elas, não teríamos debelado tão grave problema de saúde pública. A solidariedade europeia permitiu assim que, mais rapidamente, ela fosse debelada. Recorde-se ainda a guerra na Ucrânia que, através dos apoios de vários países europeus, tem tido a possibilidades de ir resistindo, com denodada coragem e eficácia às investidas criminosas da imperial e sanguinária Rússia. Junte-se ainda as medidas a favor da solução da crise climática que também tem sido uma das grandes conquistas da UE.
Apesar destes benefícios, existe também algum desalento, face a algumas medidas da UE que têm causado alguma divisão no seio dos 27.
Apesar disso, também pairam no ar motivos de esperança e confiança em melhores dias.
A unidade e solidariedade na UE dependem muito de como os seus cidadãos encaram os efeitos benéficos que podemos usufruir pela pertença a este imenso e próspero território político e económico. Juntos, seremos mais fortes para enfrentar os grandes desafios do futuro, neste mundo de imensas incertezas e de forte agitação política.
De acordo com uma sondagem do euro - barómetro, os principais valores que a Europa deve defender são: democracia, direitos humanos e liberdade de expressão.
A favor da União Europeia, podemos afirmar que somos o Continente com o maior mercado
Económico Mundial, com o Sistema de Segurança Social mais completo e o mais seguro. Tudo isto, graças a esta criação de paz, solidariedade e de bem - estar, após a 2ª Guerra Mundial.
Países que se dilaceraram foram capazes de se unir, criando este maravilhoso projecto. Ao se derrubarem barreiras e unindo-se na construção de um futuro melhor, novas perspectivas se foram abrindo na Europa.
De acordo com o Euro barómetro, os sentimentos predominantes entre os europeus são os seguintes: incerteza, frustração, impotência, raiva e medo. Sentimentos negativos que têm alimentado alguma divisão entre os países da UE. No entanto, para mais de um em cada três europeus, a esperança também faz parte dos sentimentos predominantes. Uma esperança activa e determinada. A UE, como a sua vida democrática, tem de estar sempre a relançar-se e a renovar-se nos seus princípios fundacionais.
Nas próximas eleições, a prioridade deve ser dada aos jovens vulneráveis, à desinformação que os tem afectado por acontecimentos recentes como a pandemia, a guerra, a inflação, o desemprego e a ansiedade climática. O Programa Erasmus e a possibilidade dos jovens emigrarem, deve suscitar neles a Esperança da construção de um futuro melhor, dentro do espaço europeu.
florentinobeirao@hotmail.com

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Eleições Europeias: 2024 Ressuscitar a Esperança

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09.05.2024

Com a marcação das eleições para o Parlamento Europeu, a ocorrerem no próximo dia nove de Junho, os partidos já se perfilam para arrancar com as suas máquinas eleitorais bem oleadas, para esta maratona eleitoral. Os nomes dos candidatos aos chorudos lugares no Parlamento Europeu, já foram escolhidos pelos seus aparelhos partidários. Embora estas eleições, normalmente, sejam consideradas um momento propício para os eleitores mostrarem o seu descontentamento, com um governo da AD tão fresco, tudo leva a crer que as novidades não serão de muita monta.
Recorde-se que muitos cidadãos, em eleições anteriores, têm mostrado um reduzido entusiasmo por este ato eleitoral. Agora, com a possibilidade do voto em mobilidade, uma boa medida de combate à abstenção, espera-se que a mobilização seja mais elevada.
R. Metsola, Presidente do Parlamento Europeu, numa visita recente ao nosso país, reconhecendo um certo desconforto de muitos cidadãos pela UE, é de opinião “que há frustrações, mas a Europa pode ser melhor”.
Na verdade, o primitivo entusiasmo da adesão do nosso país à UE em 12.06.1985, foi-se desvanecendo........

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