Estão no dia a dia Atleticano, frases que se eternizam e misturam com a nossa história, e uma delas é “se não for sofrido não é Galo”. Nem vou recorrer a fatos que os mais jovens não vivenciaram, mas citar as conquistas da Libertadores e Copa do Brasil – 2013 e 2014 nessa ordem – relembrando as viradas fantásticas sobre New Old Boys, Olímpia, Corinthians e Flamídia. Em todas essas oportunidades, de jogos lá e cá, saímos em desvantagem e viramos de maneira maravilhosa. As duas primeiras decididas nas penalidades e os times brasileiros…kkk…dois quatro a um em cada.

Ontem não foi virada, mas por pouco tomamos a virada ou mesmo o empate, tensos até o apito final, como naquela partida com o Tijuana. O jogo da penalidade defendida por São Victor nos acréscimos do segundo tempo. O roteiro foi outro. Abrir três a zero, quando o placar moral do jogo sinalizava que poderia ser quatro ou cinco. Aí veio a síndrome do segundo tempo, o apagão ainda não diagnosticado e curado pelo Milito. Tomamos dois gols e ficamos com o terço na mão para evitar o terceiro. Nesse sufoco teve até bola na trave dos uruguaios, é bem verdade que antes disso também carimbamos o travessão deles, e a agonia parecia não ter fim. Ainda bem que foram só cinco minutos de acréscimo, fosse juiz nacional, daria mais e mais e ia estendendo.

Como tem sido sempre, começamos avassaladores e chegamos ao final da primeira etapa com dois a zero no placar. Como disse, até uma bola no travessão do goleiro uruguaio, antes mesmo de marcar o terceiro. A escalação foi a mesma, primeira vez que o treinador repete o time, da partida anterior quando goleamos aquela gente na nossa casa. Bataglia, essa descoberta – ou achado ou invenção – do Milito é doravante zagueiro. Se já gostava dele na volância, me rendo ao beque central. Perfeito. Assim como Jemerson e Saravia.

Recebi ontem, quando retornava para casa, um interessante levantamento de jogadores essenciais ao estilo de jogo do Galo de Milito. Vajamos! Nos oito jogos desde que assumiu, chegando em quinta vitória e ainda três empates – sem perder um único confronto -, nossos craques destacados estão com números fabulosos. Arana (um doublé de defensor e atacante), dois gols e quatro assistências; Scarpa, cinco tentos e dois passes para companheiro marcar; Hulk, dois e quatro respectivamente; Paulinho, cinco bolas na rede e duas vezes servindo de garçom.

Podemos e devemos sim festejar esse momento, que já nos assegurou o penta estadual – que nas mãos anteriores dificilmente ocorreria – e ter boa expectativa para essa temporada. Derrotas virão e algumas certamente – como nos empates recentes – serão lamentadas pelo Atleticano. Quero falar sobre isso numa resenha. Só não podemos e nem devemos deixar isso contaminar a relação gramado/arquibancada, fundamental para nossas e novas conquistas. O som da Massa, novamente na noite de ontem, foi destaque. E não tinham 35 mil Torcedores, donde reafirmo que alguma coisa aconteceu na nossa Arena. Seja verdade ou mentira, o importante é que o barulho agora é aquele esperado e desejado.

Sobre o time, diria com absoluta convicção que o sentimento é de que os jogadores assimilaram o jeito Gabriel Milito de ser. Muita entrega, tanto que é difícil – jogo a jogo – escolher um destaque. O time todo merece o reconhecimento. Além dos que já citei podemos sim incluir o Éverson, que não trabalhou no primeiro tempo, mas foi importantíssimo na segunda etapa quando o time encolheu. Otávio, Franco e Zaracho são fundamentais ao sucesso do momento. Igor Gomes não tem repetido o desempenho de outros momentos que foi utilizado e Mariano comprometeu ontem ao ser lançado. Parece focado longe dos gramados. Chegamos aos nove pontos, selando praticamente a vaga para a próxima fase. Líder geral seria a meta?

*fotos: Pedro Souza/Atlético

QOSHE - Três sofridos pontos - Eduardo De Ávila
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Três sofridos pontos

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24.04.2024

Estão no dia a dia Atleticano, frases que se eternizam e misturam com a nossa história, e uma delas é “se não for sofrido não é Galo”. Nem vou recorrer a fatos que os mais jovens não vivenciaram, mas citar as conquistas da Libertadores e Copa do Brasil – 2013 e 2014 nessa ordem – relembrando as viradas fantásticas sobre New Old Boys, Olímpia, Corinthians e Flamídia. Em todas essas oportunidades, de jogos lá e cá, saímos em desvantagem e viramos de maneira maravilhosa. As duas primeiras decididas nas penalidades e os times brasileiros…kkk…dois quatro a um em cada.

Ontem não foi virada, mas por pouco tomamos a virada ou mesmo o empate, tensos até o apito final, como naquela partida com o Tijuana. O jogo da penalidade defendida por São Victor nos acréscimos do segundo tempo. O roteiro foi outro. Abrir três a zero, quando o placar moral do jogo sinalizava que poderia ser quatro ou cinco. Aí veio a síndrome do segundo tempo, o apagão........

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